terça-feira, 14 de outubro de 2014

CRIAÇÃO REDIMIDA



INTRODUÇÃO
            Os cristãos, por muito tempo falharam em compreender o que a Bíblia realmente ensina sobre a natureza e sobre nossa responsabilidade em relação a ela. Para isso não há desculpas, o arrependimento deve ser a nossa primeira resposta. A segunda resposta deve ser então corrigir os erros do nosso falho entendimento e agir de modo coerente. Devemos conhecer o que se pode conhecer da vontade de Deus sobre a natureza e agir baseados nesse conhecimento.
            Para isso, este livro é um excelente ponto de partida. Apesar de os autores não afirmarem em momento algum que são teólogos, eles captaram o espírito das intenções de Deus quanto à natureza muito melhor do que muitos, senão a maioria, dos teólogos profissionais. Por todo o livro, uma combinação de estilo e conteúdo conduz o leitor não somente à compreensão da natureza, mas à adoração do seu Criador.
           



PREFÁCIL
            “Ao senhor pertence à terra e tudo o que nela se contém, escreveu o salmista” (Sl 24.1). “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1).
            O objetivo deste livro é revelar a alegria e a beleza do mundo à nossa volta, com as legítimas responsabilidades da humanidade em relação ao seu cuidado, por uma compreensão de quem Deus é para nós como Criador, do mundo como sua criação e do que nós humanos representamos como seres criados à sua imagem.
            Nos últimos anos muitos livros têm sido escritos sobre a relação entre ecologia e cristianismo. Lemos ainda livros escritos exclusivamente para pessoas comuns, que simplificaram tanto a fé cristã e a ecologia que tornaram sua ligação supérflua. No outro extremo, analisamos obras de grande conteúdo intelectual que, infelizmente, dirigiam-se tão-somente a um pequeno círculo de estudiosos especializados.
            E por observar que ainda há muitas lacunas em relação a esse assunto, que esse livro foi escrito, tentando não superficializar o assunto como os programas de TV, nem escrever um relatório de pesquisa, mas oferecer uma história, mostrando uma verdade teológica como uma realidade viva e praticada.



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  UMA CRIAÇÃO EM CRISE
            Segundo a reflexão do autor e a doninha, os pontos de vistas sobre a administração e a extração de recursos se cruzaram em direção a um mesmo olhar. Atualmente, nosso planeta enfrenta uma crise ambiental perturbada pelas sempre crescente exigências e mudanças de sua população humana. Ironicamente é essa mesma humanidade que Deus planejou para cuidar da terra, não para destruí-la.

            A bíblia fornece instruções claras e de princípios, com uma visão poderosa do que a criação de Deus significa para ele e o que deveria significar para nós. O enfoque deste livro se baseia na verdade de que “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12).

            Assim como Moisés tirou as sandálias para pisar no deserto, será que Deus também não está hoje aqui e, portanto deveríamos também tirar as sandálias de nossos pés? Como responsáveis para cuidar dessa linda e complexa criação. Deus ainda é o sustentador dessa terra e sempre se interessa pela sua criação. Todos os dias acontecem mudanças em nosso meio ambiente, mudanças estas que afetarão drasticamente o modo como vivemos.

            Uma informação muito importante a se observar, é que há vinte anos, a preocupação com o meio ambiente era mais popular de que hoje. Os anos 70 foram chamados de a “década do meio ambiente”, houve até mesmo um surto de legislação ambiental em todo mundo, tamanha era a preocupação mundial com um sentimento de que “podemos salvar o mundo”.

            Porém, cobertura de mídia mais ampla e maior conscientização popular, não significam necessariamente mudanças reais ou soluções duráveis. Hoje, depois de vários anos de crescimento, muitas organizações ambientais estão enfrentando um declínio no seu número de associados. O público está saturado, e em certa extensão dessensibilizado com a amplitude da crise ambiental. Hoje a cada dia aumenta o consumo e a poluição causados pelo homem, e o que fazer com os nossos próprios subprodutos pessoais e industriais? A população já ultrapassa os seis bilhões de habitantes em crescimento contínuo e sem previsão de estabilização até atingir quem sabe os catorze bilhões.    
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DEUS, O CRIADOR
            Nenhuma cultura existiu sem sua história de criação, mas nenhuma pôde conceber uma criação ex nihilo, a partir do nada. Por isso as quatro palavras mais impactantes são: “No princípio, criou Deus”. Nem nos antigos mitos de Enuma Elish Marduque aparece como criador de verdade, apenas como artífice que constrói um instrumento para seu próprio uso, porque o cosmo em Enuma Elish já existia antes dos deuses, e eles são apenas seu produto.

            Ainda outros mitos existiram como os da mesopotâmia, onde os deuses já vivam em uma sociedade organizada entre os deuses administradores e os deuses menores que faziam o trabalho pesado, onde os quais se rebelaram, e como uma providência para solução dessa revolta, a deusa Mami é designada para criar seres humanos.

            No final, há uma guerra civil, e um deus, Zeus, emerge vitorioso, matando ou banindo os inimigos e recompensando os aliados. Diferente das outras mitologias, a mitologia grega não tenta se responsabilizar pela raça humana, ele é tido como preexistente. Apesar de suas diferenças, a explanação babilônicas mesopotâmicas e grega da criação e do lugar da humanidade dentro dela tem muito em comum, mas diferenças cruciais em relação ao registro de gênesis. Enquanto os mitos apresentam os homens desprezados pelos deuses, o Gênesis diz que o homem foi criado a imagem e semelhança de Deus. Dizem também que o mundo e a criação é um acidente, o Gênesis afirma que Deus considera a criação muito boa e os abençoa.

            Na revelação radical, diz-se que Deus é transcendente, e que ele não é da mesma natureza de sua criação, e não acrescenta ou subtrai algo de si próprio para criá-la e que Ele é o único Deus eterno e preexistente. Deus não é apenas alguém que cria e então sustenta, mas também é alguém que irá um dia redimir e aperfeiçoar. A morte de Cristo não mudará apenas a mim e a você, mas todo o cosmos em que vivemos. O que mais se destaca na visão hebraica da natureza é a habilidade de ver uma coisa criada e alegrar-se sem vergonha ou constrangimento sobre sua beleza e mistério.

            Devido o ensino universitário ser fragmentado e desconexo, cria indivíduos que são também fragmentados. Por isso, a universidade cristã deve começar a ensinar não uma ciência melhor que imita e compete com as outras, mas uma ciência diferente, que ensine os estudantes a celebrarem a criação e não a meramente a mensurarem.
           
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 O VALOR DA CRIAÇÃO
              Nas obras da criação, a revelação de Deus está sempre e em qualquer lugar disponível para ser vista e compreendida pelos homens (Rm 1:18-22).  A criação pode fornecer exemplos poderosos do que as escrituras ensinam apenas como conceito. Assim a criação não pode fazer revelações sobre as escrituras, mas a revelação coerente que as escrituras fazem da criação é que ela é boa (Gn 1). Esse é o ponto fundamental da palavra de Deus sobre a sua obra.

            Uma questão muito interessante de se observar é o paradoxo tucson, onde o autor comenta que nessa cidade até se tentou fazer algo para evitar o caos, no entanto, caíram no mesmo erro de toda humanidade.  Preserva-se, mas não se economiza não se poupa o recurso disponível, levando toda a humanidade a um mesmo fim trágico. E quando se preserva ou se economiza algo, não é pelo bem do recurso, mas pensando no bem do homem.

            A acomodação do homem pelo meio ambiente em que ele vive é tão grande, que hoje ele está se adaptando e convivendo com a degradação da natureza como se fosse uma coisa normal. O mundo está em um beco sem saída, principalmente por não valorizar devidamente a criação, e isso demonstra que o verdadeiro valor nunca chegou ao coração do homem.

            Muito já se falou da boa criação de Deus e que deve ser preservada, não da maneira que está se fazendo hoje em muitos lugares, valorizando mais a natureza e menosprezando a vida humana. E não importa se o que Deus fez é útil para nós ou não, porque se ele fez foi com algum propósito.

 Como pode se vir no inicio da criação quando o homem sabia e tinha intimidade com todos os animais ao ponde de nomeá-los, até o momento da queda quando ele perdeu esse íntimo relacionamento e tornou um agente de maldição.


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 DO PÓ DA TERRA
            Do pó da terra formou Deus o homem. Homem e a natureza é tão ligado que está ligado de forma física e espiritual, onde no mundo, bem como na floresta, a morte de uma geração é a vida da próxima. Reconhecendo nossa atitude, reconhecemos nossa conexão com a criação em um criador comum.
            Até mesmo os elementos químicos, identidade genética, nosso DNA, contem os mesmo elementos de todas as outras criaturas. Muitas dimensões de nossa existência não terminam com a morte, mas nossa vida física é conectada do início ao fim através do solo da terra. É por causa da graça divina que a criação existe e continua a existir, Deus não precisava ter criado nada, mas o fez pela sua infinita graça.
            Tendo como verdade que toda criação partilha do shalom de Deus, o tema central da história bíblica do mundo na bíblia é que toda a criação é uma, vivendo em harmonia e segurança para a alegria e bem-estar de todas as criaturas. No entanto, com o pecado do homem teve influência em toda a humanidade, enquanto o homem não reconhecer a sua parcela de culpa nisso, todas as implicações disso devem continuar.
            Alteração severa e permanente da terra é a regra de nossa era. Isaías (Is 24:5) afirma que a terra está contaminada porque o homem transgride a lei de Deus. Quando Deus não mandou Noé construir a arca somente para preservar a família dele, mas para preservar a criação. Daí a importância do sábado de descanso do Senhor, onde ele não cria nada, não destrói nada mas aprecia a generosidade da terra. Mostrando-nos um conceito de sábado muito mais abrangente.
            As conseqüências da queda do homem trouxeram quatro grandes separações: a separação dos seres humanos de Deus, a separação dos seres humanos entre si, separa do homem com sigo mesmo e separação do homem da criação. E é exatamente essa ultima separação que nos preocupa aqui nesse contexto.
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ALIANÇA E REDENÇÃO
            É neste mundo, de uma criação de maldição e promessa que Deus estabeleceu sua aliança. E a chamada aliança de Noé é mais adequadamente chamada de aliança da criação. Porque Deus não fez uma promessa apenas com Noé, mas com toda a criação, e a compreensão dessa aliança é de interesse mais do que histórico e teológico, mas do valor autêntico da vida que Deus colocou no mundo.
            Deus não estava preocupado apenas com as pessoas, mas também com a terra que havia dado ao seu povo como herança. Deus fez repetidas advertências ao seu povo contra o abuso da terra por meio de seus profetas. Com certeza a tragédia do exílio veio sobre Israel por muitas razões, ma é digno de nota que a única razão dada para essa passagem foi o abuso da terra feito por Israel.
            Portanto, existe uma necessidade de redenção. A palavra de Deus permanece atual porque os seres humanos permanecem os mesmos, desesperadamente carentes de redenção. E atualmente nosso mal nos separa não apenas de Deus, mas também do mundo ao nosso redor, principalmente pela quebra de aliança que se pratica na cultura moderna.
            Devemos entender a lógica da aliança de Deus antes de podermos começar a ver qualquer sentido na lógica da história. Os humanos continuam a ser dominados e controlados pela maldade, em si mesmo e em relação à criação. O resultado é morte para ambos. Sem redenção, a escravidão ao mal continuaria, e assim um ciclo interminável de morte e juízo. No entanto, pela morte e ressurreição de Cristo, ele removeu a penalidade do pecado humano, que é a morte, para nós e para a criação.
            Quando o homem põe a sua confiança no Senhor e passa a viver sob a sua autoridade, tem inicio a história da redenção, e o agente de transformação é o Espírito Santo, e é quando o homem deixa de quer ser bom para ser uma nova criatura. O lugar da criação na redenção é um aspecto pertinente tanto no Novo quanto no Antigo Testamento, por isso que a bíblia declara que toda a criação aguarda ardentemente a revelação dos filhos de Deus (Rm 8:19).
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 DOMINAÇÃO E SUJEIÇÃO
            Nesse Capitulo o autor ira enfatizar o verdadeiro significado de dominar e Sujeitar, observando inclusive que por entendimento desses conceitos errados muitos dos grandes vencedores da história tiveram suas mãos manchadas de sangue de inocentes.
            Com certeza a instrução de Deus para Adão sujeitar a terra não era para ele matar e comer todos os animais, mas de cuidar, isso é observado quando se vir Adão cooperando com Deus dando nomes a todos os animais. Já o sentido de dominar trata-se de governar, não destruir. Assim como Deus é o maior governante do universo. Aos olhos de Deus aquele que governa é o que serve. No presente Deus governa com paciência, bondade e misericórdia e faz nascer o seu sol sobre maus e bons.
            Temos a impressão de que Deus ama o mundo da natureza e cuida dele com ternura e preocupação que poderíamos esperar de um jardineiro cuidando de suas rosas premiadas. Somente o homem é feito a imagem e semelhança de Deus, e Jeová era o único entre os deuses primitivos que proibia o uso de imagens em sua adoração. Nenhuma imagem de Deus Pode ser encontrada em toda a criação, exceto uma, e esta foi gravada pelo próprio Deus “Façamos o Homem a Nossa imagem”.
            A Bíblia declara que temos um lugar especial na criação como dominadores e que temos a responsabilidade de zelar por ela, porque foi confiada a nós por Deus. Mas como o homem deve governar o mundo? Com entusiasmo, com humildade e responsabilidade. Na prática, há quatro aspectos que devemos considerar se quisermos entender a visão cristã de dominar e sujeitar a criação: conhecimento, interesse, sacrifício e resgate.
            Aonde deve começar esse cuidado? Nas casas, nas fazendas, nas bases da Igreja, em acampamentos, campus universitário e centros de recreação. Se dominássemos como Deus sujeita, então deveríamos mudar tanto os nossos pensamentos como as nossas táticas.
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O MUNDO DE DEUS HOJE
            Há alguns anos o maior problema ambiental era a fumaça que ficava restrita a alguma cidades industrializadas, hoje, os problemas são muito maiores do que há 30 anos.
            A presença humana se multiplicou no planeta, chegando à casa de bilhões em pouco tempo a partir de 1800. E qual é o impacto tamanho crescimento exponencial para a natureza?Uma das conseqüências é a escassez de terra e falta de alimento mundial. Alem do mais, as melhores terras do mundo para a agricultura estão sendo revertidas para outras finalidades.
            E a igreja tem uma grande parcela de culpa neste processo de destruição da terra por se preocupar mais com o coração do homem do que com toda a criação. E o homem em geral continua a consumir toda a sua reserva de recurso não renováveis.
            Infelizmente não estamos tratando dos nossos recursos globais com a mesma sabedoria que aplicamos a nossa riqueza pessoal. Só os Estados Unidos com 5% da população mundial, consomem um terço dos recursos minerais processados e da energia não renovável do planeta. Esse é o lado ruim da boa vida.
            Olhando para os nossos recursos renováveis, até mesmo eles têm que ser observado quais as taxas de uso com relação à taxa de renovação. Toda demanda de crescimento populacional, não apenas ameaçam as futuras provisões, como cobra forte pedágio dos próprios ecossistemas.
            É interessante saber que as pessoas que dizem conhecer bem a Deus, não possuem conhecimento algum sobre as criaturas que ele criou. O impacto humano não se limita aquilo que extraímos da criação, mas toda a poluição causada pelo uso de diversos produtos. Um exemplo é a chuva ácida que hoje já se tornou um problema internacional, conseqüência de todo esse exagero da população.
            Parece uma repetição de fatos, mas na verdade, o problema da chuva ácida, da camada de ozônio e do efeito estufa é um mal causado pela sociedade moderna, e que por enquanto está sem solução. Não só isso, mas os recursos renováveis ameaçam esgotar, as demandas excedem as taxas de renovação. Não é para a humanidade que devemos guardar o jardim, mas para Deus, sermos um verdadeiro mordomo.
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AS CONSEQUÊNCIAS DA DESOBEDIÊNCIA
            O fracasso em obedecer às leis de Deus é tratado como uma criminosa ofensa contra Deus. No meio cristão existe a idéia equivocada de que a Bíblia só se preocupar com as coisas espirituais, mas isso não é verdade, porque Deus sempre relacionou a realidade invisível com a visível que o homem pode perceber.
            Nos registros históricos, Israel sempre abusou da terra em que morou, no entanto, hoje, ele tem procurado recuperar um pouco essa degradação causada ao longo da história com recuperação de parques e reservas naturais, muito visitados pelos turistas.
            Mais de quatrocentos produtos químicos tóxicos estão hoje ligados ao câncer humano, o efeito sobre a saúde do ser humano de um modo geral tem aumentado em muito. A Organização mundial de saúde estima que mais de um bilhão de pessoas estão expostas a riscos de saúde provenientes da poluição do ar.
            Além das conseqüências econômicas, quando qualquer grupo de indivíduos fracassa no cuidado adequado da criação, o custo é passado ao público atual e às gerações futuras. E as conseqüências estendem-se até ao impacto estético, transformando belas paisagens em verdadeiros cemitérios degradados.
            E muitos por lutarem na tentativa de defender a natureza têm perdido a sua vida. Por conta disso, muitas leis foram aprovadas e até empresas foram fechadas. E ainda assim, pesquisas apontam que em geral os mais fies e mais regulares nas igrejas são os que mais fazem pouco caso com a criação ao seu redor.
            Não se pode perder o foco da discussão, onde não se deve lutar apenas pela sobrevivência da raça humana, mas de toda criação. E o assunto é tão sério, que hoje já se escrevem livro falando a respeito de uma busca desesperada por movimentos ambientais modernos com valores além da mera ciência e administração, mas com uma ligação com o transcendente.
            A dignidade humana surge de dentro da criação, não contra ela. As tarefas de adão para cuidar da terra não mudaram, mas se tornaram mais urgentes e difíceis, porque agora devemos executar essa tarefa dentro de uma natureza decaída em um mundo pecaminoso.
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 UMA RESPOSTA CRISTÃ
            Em tudo, o cristão deve crescer para ser uma pessoa guiada por uma ética pessoal dirigida pela obediência a Deus. A adoração é o melhor jeito de o homem começar a mudar essa história. Na adoração reconhecemos que o mundo pertence a Deus e que a morte e a ressurreição de Jesus Cristo mudarão não apenas nossa própria vida como o mesmo cosmos e criação nos quais nós todos viveremos, criando não somente um novo céu, mas uma nova terra.
            Propagamos uma reação cristã á criação de Deus quando começamos a usar menos e a poupar mais. E isso se estende mais ainda de uma forma positiva, quando começamos ter atitudes positivas com relação a isso: divulgando nos jornais, entre nossos amigos, lemos matéria ou artigos concernente a isso e nos envolvemos de todas as formas em benefício de um bem comum.
              E uma das melhores formas de começar isso é pela família, tendo em vista que a maioria das famílias vive em vizinhança e o que o indivíduo pensa ou faz geralmente é observado e comentado pelos outros. Até mesmo férias em família pode se tornar uma atividade mais sensível a criação de Deus.
            Equilíbrio e ênfase devem ter alta prioridade em todo programa educacional da igreja. Não que isso tome todo o espaço da pregação do evangelho, mas ultimamente tem havido pouquíssimos sermões ou estudos sobre educação ambiental, embora seja parte das mensagens Bíblicas.
            Durante muitos anos a igreja tem enviado missionários para pregar o evangelho em todo mundo, no entanto, o cuidado com a natureza sempre tem partido das organizações não governamentais, devendo a igreja se integrar mais nessas atividades, visando não apenas ações locais, mas globais. Chegou á hora de expandir os papeis das missões, envolvendo crescimento populacional, economia e questões ambientais.
            À medida que os valores públicos desviam-se dos interesses comerciais tradicionais como madeira, minerais e pasto para os interesses não-comerciais como animais selvagens, recreação e estética, crescem a tensão entre as diretrizes de administração que beneficiam as leis comerciais e de meio ambientes destinadas a preservar a saúde do ecossistema.
            Os teólogos fazem distinção entre dois tipos de mal: o pessoal e o estrutural. Mas o mal em um mundo decaído pode passar dos níveis pessoais e exigir mais do que respostas pessoais, bem como o mal no nível estrutural não pode ser frustrado por remédios no nível pessoal. É o próprio sistema que deve ser mudado. Existem muitos preconceitos de interesse próprio que estão arraigados no coração do homem.
            A expressão de tais preconceitos é simples e direta: Se a lei é contrária aos seus desejos, quebre-a. Se a verdade não apóia sua posição, minta. E se outros estão em seu caminho, elimine-os. Muitas vezes nos acostumamos também com essa expressão porque, mesmo como cristãos, temos aceitado a premissa secular de que a religião pode ser pessoalmente atraente, mas é socialmente irrelevante.
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 A ECOLOGIA E A MENTE CRISTÃ
            Segundo grandes estudiosos, estamos perto de cometer e muitos diriam que já estamos cometendo, o que na linguagem religiosa é às vezes chamado de crime contra a criação. E para que evitemos isso, são necessárias mudanças radicais não apenas na política pública, mas também no comportamento individual.
            Essa depravação dentro da natureza humana se expressa por, entre outras coisas, uma destrutividade em relação ao mundo físico. É, no fundo, uma expressão do egoísmo da humanidade. É bem aceitável a conclusão que chegam alguns estudiosos, que os humanos acham o egoísmo mais natural e mais lucrativo do que a cooperação, com destruição ambiental como resultado lógico.
            A déia da criação é uma das idéias singulares mais poderosas que jamais surgiu na cultura ocidental. A criação define o nosso lugar no cosmos e a nossa posição diante do Deus vivente, nosso criador. É somente conhecendo a Deus como criador e o universo como sua criação que podemos começar a contemplar a imensidão da pessoa, da obra e dos propósitos de Deus.
            O envolvimento inteligente e ativo com a criação não tem sido e não será exclusivo à comunidade cristã. De fato, a Igreja tem ficado muito atrás de outros grupos em relação a reconhecer o direito de guardar a criação. A administração da criação é exigida por algo maior do que a mentalidade de sobrevivência inerente a muitos apelos ambientais modernos.
            Em muitos casos pessoas que decidiram por uma carreira que envolve motivações ambientais, foram tão desmotivadas pelos seus próprios professores que começam a proteger não mais os recursos, mas as suas próprias carreiras. Essa é consciência dos carreiristas seculares, que não sabem o verdadeiro significado de ser um mordomo.
            Para a educação cristã de nível superior, a responsabilidade é muito maior. Pois é ela que deve ensinar e produzir verdadeiros mordomos, pessoas de integridade e que funcionem profissionalmente como tal. Onde o aluno deve formar uma consciência que declare que o trabalho do mordomo pela criação é uma missão a serviço de Deus. Caso as universidades cristãs falhem, então devem saber que também não terão qualquer influência no resultado da crise ambiental.
            Dependendo da posição que a igreja toma diante de causas como essa, pode parecer que a igreja não leva suas próprias convicções religiosas tão a sério, porque ainda estamos para ver uma igreja ou denominação individual ingressar nesse processo público e apresentar conceitos bíblicos válidos sobre a administração que tenha efeitos de grande alcance sobre a administração e política de recursos naturais.
            Conhece a Deus como criador não é um adendo da vida cristã, mas uma revelação essencial do caráter e pessoa de Deus. O que se vê atualmente é tanto a religião como a ciência sendo usadas e manipuladas com finalidades sociológicas. Como escreveu um grande pesquisador: “A igreja pode ser, de fato, nossa ultima e melhor chance... não há soluções para as causas sistêmicas da crise ecológica, pelo menos nas sociedades democráticas, longe da narrativa religiosa”

Por: Joelsam

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