INTRODUÇÃO
Os cristãos, por muito tempo falharam em compreender o
que a Bíblia realmente ensina sobre a natureza e sobre nossa responsabilidade
em relação a ela. Para isso não há desculpas, o arrependimento deve ser a nossa
primeira resposta. A segunda resposta deve ser então corrigir os erros do nosso
falho entendimento e agir de modo coerente. Devemos conhecer o que se pode
conhecer da vontade de Deus sobre a natureza e agir baseados nesse
conhecimento.
Para isso, este livro é um excelente ponto de partida.
Apesar de os autores não afirmarem em momento algum que são teólogos, eles
captaram o espírito das intenções de Deus quanto à natureza muito melhor do que
muitos, senão a maioria, dos teólogos profissionais. Por todo o livro, uma combinação
de estilo e conteúdo conduz o leitor não somente à compreensão da natureza, mas
à adoração do seu Criador.
PREFÁCIL
“Ao senhor pertence à terra e tudo o que nela se contém,
escreveu o salmista” (Sl 24.1). “Os céus proclamam a glória de Deus, e o
firmamento anuncia as obras das suas mãos” (Sl 19.1).
O objetivo deste livro é revelar a alegria e a beleza do
mundo à nossa volta, com as legítimas responsabilidades da humanidade em
relação ao seu cuidado, por uma compreensão de quem Deus é para nós como
Criador, do mundo como sua criação e do que nós humanos representamos como
seres criados à sua imagem.
Nos últimos anos muitos livros têm sido escritos sobre a
relação entre ecologia e cristianismo. Lemos ainda livros escritos
exclusivamente para pessoas comuns, que simplificaram tanto a fé cristã e a
ecologia que tornaram sua ligação supérflua. No outro extremo, analisamos obras
de grande conteúdo intelectual que, infelizmente, dirigiam-se tão-somente a um
pequeno círculo de estudiosos especializados.
E por observar que ainda há muitas lacunas em relação a
esse assunto, que esse livro foi escrito, tentando não superficializar o
assunto como os programas de TV, nem escrever um relatório de pesquisa, mas
oferecer uma história, mostrando uma verdade teológica como uma realidade viva
e praticada.
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UMA CRIAÇÃO EM CRISE
Segundo a reflexão do autor e a
doninha, os pontos de vistas sobre a administração e a extração de recursos se
cruzaram em direção a um mesmo olhar. Atualmente, nosso planeta enfrenta uma
crise ambiental perturbada pelas sempre crescente exigências e mudanças de sua
população humana. Ironicamente é essa mesma humanidade que Deus planejou para
cuidar da terra, não para destruí-la.
A bíblia fornece instruções claras e
de princípios, com uma visão poderosa do que a criação de Deus significa para
ele e o que deveria significar para nós. O enfoque deste livro se baseia na
verdade de que “O Senhor fez a terra pelo seu poder; estabeleceu o mundo por
sua sabedoria e com a sua inteligência estendeu os céus” (Jr 10.12).
Assim como Moisés tirou as sandálias
para pisar no deserto, será que Deus também não está hoje aqui e, portanto
deveríamos também tirar as sandálias de nossos pés? Como responsáveis para
cuidar dessa linda e complexa criação. Deus ainda é o sustentador dessa terra e
sempre se interessa pela sua criação. Todos os dias acontecem mudanças em nosso
meio ambiente, mudanças estas que afetarão drasticamente o modo como vivemos.
Uma informação muito importante a se
observar, é que há vinte anos, a preocupação com o meio ambiente era mais
popular de que hoje. Os anos 70 foram chamados de a “década do meio ambiente”,
houve até mesmo um surto de legislação ambiental em todo mundo, tamanha era a
preocupação mundial com um sentimento de que “podemos salvar o mundo”.
Porém, cobertura de mídia mais ampla
e maior conscientização popular, não significam necessariamente mudanças reais
ou soluções duráveis. Hoje, depois de vários anos de crescimento, muitas
organizações ambientais estão enfrentando um declínio no seu número de
associados. O público está saturado, e em certa extensão dessensibilizado com a
amplitude da crise ambiental. Hoje a cada dia aumenta o consumo e a poluição causados
pelo homem, e o que fazer com os nossos próprios subprodutos pessoais e
industriais? A população já ultrapassa os seis bilhões de habitantes em
crescimento contínuo e sem previsão de estabilização até atingir quem sabe os
catorze bilhões.
2
DEUS,
O CRIADOR
Nenhuma cultura existiu sem sua
história de criação, mas nenhuma pôde conceber uma criação ex nihilo, a partir do nada. Por isso as quatro palavras mais
impactantes são: “No princípio, criou Deus”. Nem nos antigos mitos de Enuma Elish
Marduque aparece como criador de verdade, apenas como artífice que constrói um
instrumento para seu próprio uso, porque o cosmo em Enuma Elish já existia
antes dos deuses, e eles são apenas seu produto.
Ainda outros mitos existiram como os
da mesopotâmia, onde os deuses já vivam em uma sociedade organizada entre os
deuses administradores e os deuses menores que faziam o trabalho pesado, onde
os quais se rebelaram, e como uma providência para solução dessa revolta, a
deusa Mami é designada para criar seres humanos.
No final, há uma guerra civil, e um
deus, Zeus, emerge vitorioso, matando ou banindo os inimigos e recompensando os
aliados. Diferente das outras mitologias, a mitologia grega não tenta se
responsabilizar pela raça humana, ele é tido como preexistente. Apesar de suas
diferenças, a explanação babilônicas mesopotâmicas e grega da criação e do
lugar da humanidade dentro dela tem muito em comum, mas diferenças cruciais em
relação ao registro de gênesis. Enquanto os mitos apresentam os homens
desprezados pelos deuses, o Gênesis diz que o homem foi criado a imagem e
semelhança de Deus. Dizem também que o mundo e a criação é um acidente, o
Gênesis afirma que Deus considera a criação muito boa e os abençoa.
Na revelação radical, diz-se que
Deus é transcendente, e que ele não é da mesma natureza de sua criação, e não
acrescenta ou subtrai algo de si próprio para criá-la e que Ele é o único Deus
eterno e preexistente. Deus não é apenas alguém que cria e então sustenta, mas
também é alguém que irá um dia redimir e aperfeiçoar. A morte de Cristo não
mudará apenas a mim e a você, mas todo o cosmos em que vivemos. O que mais se
destaca na visão hebraica da natureza é a habilidade de ver uma coisa criada e
alegrar-se sem vergonha ou constrangimento sobre sua beleza e mistério.
Devido o ensino universitário ser
fragmentado e desconexo, cria indivíduos que são também fragmentados. Por isso,
a universidade cristã deve começar a ensinar não uma ciência melhor que imita e
compete com as outras, mas uma ciência diferente, que ensine os estudantes a
celebrarem a criação e não a meramente a mensurarem.
3
O VALOR DA CRIAÇÃO
Nas
obras da criação, a revelação de Deus está sempre e em qualquer lugar
disponível para ser vista e compreendida pelos homens (Rm 1:18-22). A criação pode fornecer exemplos poderosos do
que as escrituras ensinam apenas como conceito. Assim a criação não pode fazer
revelações sobre as escrituras, mas a revelação coerente que as escrituras
fazem da criação é que ela é boa (Gn 1). Esse é o ponto fundamental da palavra
de Deus sobre a sua obra.
Uma questão muito interessante de se
observar é o paradoxo tucson, onde o autor comenta que nessa cidade até se
tentou fazer algo para evitar o caos, no entanto, caíram no mesmo erro de toda
humanidade. Preserva-se, mas não se economiza
não se poupa o recurso disponível, levando toda a humanidade a um mesmo fim
trágico. E quando se preserva ou se economiza algo, não é pelo bem do recurso,
mas pensando no bem do homem.
A acomodação do homem pelo meio
ambiente em que ele vive é tão grande, que hoje ele está se adaptando e
convivendo com a degradação da natureza como se fosse uma coisa normal. O mundo
está em um beco sem saída, principalmente por não valorizar devidamente a
criação, e isso demonstra que o verdadeiro valor nunca chegou ao coração do
homem.
Muito já se falou da boa criação de
Deus e que deve ser preservada, não da maneira que está se fazendo hoje em
muitos lugares, valorizando mais a natureza e menosprezando a vida humana. E
não importa se o que Deus fez é útil para nós ou não, porque se ele fez foi com
algum propósito.
Como
pode se vir no inicio da criação quando o homem sabia e tinha intimidade com
todos os animais ao ponde de nomeá-los, até o momento da queda quando ele
perdeu esse íntimo relacionamento e tornou um agente de maldição.
4
DO
PÓ DA TERRA
Do pó da terra formou Deus o homem. Homem e a natureza é
tão ligado que está ligado de forma física e espiritual, onde no mundo, bem
como na floresta, a morte de uma geração é a vida da próxima. Reconhecendo
nossa atitude, reconhecemos nossa conexão com a criação em um criador comum.
Até mesmo os elementos químicos, identidade genética,
nosso DNA, contem os mesmo elementos de todas as outras criaturas. Muitas
dimensões de nossa existência não terminam com a morte, mas nossa vida física é
conectada do início ao fim através do solo da terra. É por causa da graça
divina que a criação existe e continua a existir, Deus não precisava ter criado
nada, mas o fez pela sua infinita graça.
Tendo como verdade que toda criação partilha do shalom de Deus, o tema central da
história bíblica do mundo na bíblia é que toda a criação é uma, vivendo em
harmonia e segurança para a alegria e bem-estar de todas as criaturas. No
entanto, com o pecado do homem teve influência em toda a humanidade, enquanto o
homem não reconhecer a sua parcela de culpa nisso, todas as implicações disso
devem continuar.
Alteração severa e permanente da terra é a regra de nossa
era. Isaías (Is 24:5) afirma que a terra está contaminada porque o homem
transgride a lei de Deus. Quando Deus não mandou Noé construir a arca somente
para preservar a família dele, mas para preservar a criação. Daí a importância
do sábado de descanso do Senhor, onde ele não cria nada, não destrói nada mas aprecia
a generosidade da terra. Mostrando-nos um conceito de sábado muito mais
abrangente.
As conseqüências da queda do homem trouxeram quatro
grandes separações: a separação dos seres humanos de Deus, a separação dos
seres humanos entre si, separa do homem com sigo mesmo e separação do homem da
criação. E é exatamente essa ultima separação que nos preocupa aqui nesse
contexto.
5
ALIANÇA
E REDENÇÃO
É neste mundo, de uma criação de maldição e promessa que
Deus estabeleceu sua aliança. E a chamada aliança de Noé é mais adequadamente
chamada de aliança da criação. Porque Deus não fez uma promessa apenas com Noé,
mas com toda a criação, e a compreensão dessa aliança é de interesse mais do
que histórico e teológico, mas do valor autêntico da vida que Deus colocou no
mundo.
Deus não estava preocupado apenas com as pessoas, mas
também com a terra que havia dado ao seu povo como herança. Deus fez repetidas
advertências ao seu povo contra o abuso da terra por meio de seus profetas. Com
certeza a tragédia do exílio veio sobre Israel por muitas razões, ma é digno de
nota que a única razão dada para essa passagem foi o abuso da terra feito por
Israel.
Portanto, existe uma necessidade de redenção. A palavra
de Deus permanece atual porque os seres humanos permanecem os mesmos,
desesperadamente carentes de redenção. E atualmente nosso mal nos separa não
apenas de Deus, mas também do mundo ao nosso redor, principalmente pela quebra
de aliança que se pratica na cultura moderna.
Devemos entender a lógica da aliança de Deus antes de
podermos começar a ver qualquer sentido na lógica da história. Os humanos
continuam a ser dominados e controlados pela maldade, em si mesmo e em relação
à criação. O resultado é morte para ambos. Sem redenção, a escravidão ao mal
continuaria, e assim um ciclo interminável de morte e juízo. No entanto, pela
morte e ressurreição de Cristo, ele removeu a penalidade do pecado humano, que
é a morte, para nós e para a criação.
Quando o homem põe a sua confiança no Senhor e passa a
viver sob a sua autoridade, tem inicio a história da redenção, e o agente de
transformação é o Espírito Santo, e é quando o homem deixa de quer ser bom para
ser uma nova criatura. O lugar da criação na redenção é um aspecto pertinente
tanto no Novo quanto no Antigo Testamento, por isso que a bíblia declara que
toda a criação aguarda ardentemente a revelação dos filhos de Deus (Rm 8:19).
6
DOMINAÇÃO
E SUJEIÇÃO
Nesse Capitulo o autor ira enfatizar o verdadeiro
significado de dominar e Sujeitar, observando inclusive que por entendimento
desses conceitos errados muitos dos grandes vencedores da história tiveram suas
mãos manchadas de sangue de inocentes.
Com certeza a instrução de Deus para Adão sujeitar a
terra não era para ele matar e comer todos os animais, mas de cuidar, isso é
observado quando se vir Adão cooperando com Deus dando nomes a todos os
animais. Já o sentido de dominar trata-se de governar, não destruir. Assim como
Deus é o maior governante do universo. Aos olhos de Deus aquele que governa é o
que serve. No presente Deus governa com paciência, bondade e misericórdia e faz
nascer o seu sol sobre maus e bons.
Temos a impressão de que Deus ama o mundo da natureza e
cuida dele com ternura e preocupação que poderíamos esperar de um jardineiro
cuidando de suas rosas premiadas. Somente o homem é feito a imagem e semelhança
de Deus, e Jeová era o único entre os deuses primitivos que proibia o uso de
imagens em sua adoração. Nenhuma imagem de Deus Pode ser encontrada em toda a
criação, exceto uma, e esta foi gravada pelo próprio Deus “Façamos o Homem a
Nossa imagem”.
A Bíblia declara que temos um lugar especial na criação
como dominadores e que temos a responsabilidade de zelar por ela, porque foi
confiada a nós por Deus. Mas como o homem deve governar o mundo? Com
entusiasmo, com humildade e responsabilidade. Na prática, há quatro aspectos
que devemos considerar se quisermos entender a visão cristã de dominar e
sujeitar a criação: conhecimento, interesse, sacrifício e resgate.
Aonde deve começar esse cuidado? Nas casas, nas fazendas,
nas bases da Igreja, em acampamentos, campus universitário e centros de
recreação. Se dominássemos como Deus sujeita, então deveríamos mudar tanto os
nossos pensamentos como as nossas táticas.
7
O
MUNDO DE DEUS HOJE
Há alguns anos o
maior problema ambiental era a fumaça que ficava restrita a alguma cidades
industrializadas, hoje, os problemas são muito maiores do que há 30 anos.
A presença humana se multiplicou no planeta, chegando à
casa de bilhões em pouco tempo a partir de 1800. E qual é o impacto tamanho
crescimento exponencial para a natureza?Uma das conseqüências é a escassez de
terra e falta de alimento mundial. Alem do mais, as melhores terras do mundo
para a agricultura estão sendo revertidas para outras finalidades.
E a igreja tem uma grande parcela de culpa neste processo
de destruição da terra por se preocupar mais com o coração do homem do que com
toda a criação. E o homem em geral continua a consumir toda a sua reserva de
recurso não renováveis.
Infelizmente não estamos tratando dos nossos recursos
globais com a mesma sabedoria que aplicamos a nossa riqueza pessoal. Só os
Estados Unidos com 5% da população mundial, consomem um terço dos recursos
minerais processados e da energia não renovável do planeta. Esse é o lado ruim
da boa vida.
Olhando para os nossos recursos renováveis, até mesmo eles
têm que ser observado quais as taxas de uso com relação à taxa de renovação. Toda
demanda de crescimento populacional, não apenas ameaçam as futuras provisões,
como cobra forte pedágio dos próprios ecossistemas.
É interessante saber que as pessoas que dizem conhecer
bem a Deus, não possuem conhecimento algum sobre as criaturas que ele criou. O
impacto humano não se limita aquilo que extraímos da criação, mas toda a poluição
causada pelo uso de diversos produtos. Um exemplo é a chuva ácida que hoje já
se tornou um problema internacional, conseqüência de todo esse exagero da
população.
Parece uma repetição de fatos, mas na verdade, o problema
da chuva ácida, da camada de ozônio e do efeito estufa é um mal causado pela
sociedade moderna, e que por enquanto está sem solução. Não só isso, mas os
recursos renováveis ameaçam esgotar, as demandas excedem as taxas de renovação.
Não é para a humanidade que devemos guardar o jardim, mas para Deus, sermos um
verdadeiro mordomo.
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AS
CONSEQUÊNCIAS DA DESOBEDIÊNCIA
O fracasso em obedecer às leis de Deus é tratado como uma
criminosa ofensa contra Deus. No meio cristão existe a idéia equivocada de que
a Bíblia só se preocupar com as coisas espirituais, mas isso não é verdade,
porque Deus sempre relacionou a realidade invisível com a visível que o homem
pode perceber.
Nos registros históricos, Israel sempre abusou da terra
em que morou, no entanto, hoje, ele tem procurado recuperar um pouco essa
degradação causada ao longo da história com recuperação de parques e reservas
naturais, muito visitados pelos turistas.
Mais de quatrocentos produtos químicos tóxicos estão hoje
ligados ao câncer humano, o efeito sobre a saúde do ser humano de um modo geral
tem aumentado em muito. A Organização mundial de saúde estima que mais de um
bilhão de pessoas estão expostas a riscos de saúde provenientes da poluição do
ar.
Além das conseqüências econômicas, quando qualquer grupo
de indivíduos fracassa no cuidado adequado da criação, o custo é passado ao
público atual e às gerações futuras. E as conseqüências estendem-se até ao
impacto estético, transformando belas paisagens em verdadeiros cemitérios
degradados.
E muitos por lutarem na tentativa de defender a natureza
têm perdido a sua vida. Por conta disso, muitas leis foram aprovadas e até
empresas foram fechadas. E ainda assim, pesquisas apontam que em geral os mais
fies e mais regulares nas igrejas são os que mais fazem pouco caso com a
criação ao seu redor.
Não se pode perder o foco da discussão, onde não se deve
lutar apenas pela sobrevivência da raça humana, mas de toda criação. E o
assunto é tão sério, que hoje já se escrevem livro falando a respeito de uma
busca desesperada por movimentos ambientais modernos com valores além da mera
ciência e administração, mas com uma ligação com o transcendente.
A dignidade humana surge de dentro da criação, não contra
ela. As tarefas de adão para cuidar da terra não mudaram, mas se tornaram mais
urgentes e difíceis, porque agora devemos executar essa tarefa dentro de uma
natureza decaída em um mundo pecaminoso.
9
UMA RESPOSTA CRISTÃ
Em tudo, o cristão deve crescer para ser uma pessoa
guiada por uma ética pessoal dirigida pela obediência a Deus. A adoração é o
melhor jeito de o homem começar a mudar essa história. Na adoração reconhecemos
que o mundo pertence a Deus e que a morte e a ressurreição de Jesus Cristo
mudarão não apenas nossa própria vida como o mesmo cosmos e criação nos quais
nós todos viveremos, criando não somente um novo céu, mas uma nova terra.
Propagamos uma reação cristã á criação de Deus quando
começamos a usar menos e a poupar mais. E isso se estende mais ainda de uma
forma positiva, quando começamos ter atitudes positivas com relação a isso:
divulgando nos jornais, entre nossos amigos, lemos matéria ou artigos
concernente a isso e nos envolvemos de todas as formas em benefício de um bem
comum.
E uma das
melhores formas de começar isso é pela família, tendo em vista que a maioria
das famílias vive em vizinhança e o que o indivíduo pensa ou faz geralmente é
observado e comentado pelos outros. Até mesmo férias em família pode se tornar
uma atividade mais sensível a criação de Deus.
Equilíbrio e ênfase devem ter alta prioridade em todo
programa educacional da igreja. Não que isso tome todo o espaço da pregação do
evangelho, mas ultimamente tem havido pouquíssimos sermões ou estudos sobre
educação ambiental, embora seja parte das mensagens Bíblicas.
Durante muitos anos a igreja tem enviado missionários
para pregar o evangelho em todo mundo, no entanto, o cuidado com a natureza
sempre tem partido das organizações não governamentais, devendo a igreja se
integrar mais nessas atividades, visando não apenas ações locais, mas globais.
Chegou á hora de expandir os papeis das missões, envolvendo crescimento
populacional, economia e questões ambientais.
À medida que os valores públicos desviam-se dos
interesses comerciais tradicionais como madeira, minerais e pasto para os
interesses não-comerciais como animais selvagens, recreação e estética, crescem
a tensão entre as diretrizes de administração que beneficiam as leis comerciais
e de meio ambientes destinadas a preservar a saúde do ecossistema.
Os teólogos fazem distinção entre dois tipos de mal: o
pessoal e o estrutural. Mas o mal em um mundo decaído pode passar dos níveis
pessoais e exigir mais do que respostas pessoais, bem como o mal no nível
estrutural não pode ser frustrado por remédios no nível pessoal. É o próprio
sistema que deve ser mudado. Existem muitos preconceitos de interesse próprio
que estão arraigados no coração do homem.
A expressão de tais preconceitos é simples e direta: Se a
lei é contrária aos seus desejos, quebre-a. Se a verdade não apóia sua posição,
minta. E se outros estão em seu caminho, elimine-os. Muitas vezes nos
acostumamos também com essa expressão porque, mesmo como cristãos, temos
aceitado a premissa secular de que a religião pode ser pessoalmente atraente,
mas é socialmente irrelevante.
10
A
ECOLOGIA E A MENTE CRISTÃ
Segundo grandes estudiosos, estamos perto de cometer e
muitos diriam que já estamos cometendo, o que na linguagem religiosa é às vezes
chamado de crime contra a criação. E para que evitemos isso, são necessárias
mudanças radicais não apenas na política pública, mas também no comportamento
individual.
Essa depravação dentro da natureza humana se expressa por,
entre outras coisas, uma destrutividade em relação ao mundo físico. É, no
fundo, uma expressão do egoísmo da humanidade. É bem aceitável a conclusão que
chegam alguns estudiosos, que os humanos acham o egoísmo mais natural e mais
lucrativo do que a cooperação, com destruição ambiental como resultado lógico.
A déia da criação é uma das idéias singulares mais
poderosas que jamais surgiu na cultura ocidental. A criação define o nosso
lugar no cosmos e a nossa posição diante do Deus vivente, nosso criador. É
somente conhecendo a Deus como criador e o universo como sua criação que
podemos começar a contemplar a imensidão da pessoa, da obra e dos propósitos de
Deus.
O envolvimento inteligente e ativo com a criação não tem
sido e não será exclusivo à comunidade cristã. De fato, a Igreja tem ficado
muito atrás de outros grupos em relação a reconhecer o direito de guardar a
criação. A administração da criação é exigida por algo maior do que a
mentalidade de sobrevivência inerente a muitos apelos ambientais modernos.
Em muitos casos pessoas que decidiram por uma carreira
que envolve motivações ambientais, foram tão desmotivadas pelos seus próprios
professores que começam a proteger não mais os recursos, mas as suas próprias
carreiras. Essa é consciência dos carreiristas seculares, que não sabem o
verdadeiro significado de ser um mordomo.
Para a educação cristã de nível superior, a
responsabilidade é muito maior. Pois é ela que deve ensinar e produzir
verdadeiros mordomos, pessoas de integridade e que funcionem profissionalmente
como tal. Onde o aluno deve formar uma consciência que declare que o trabalho
do mordomo pela criação é uma missão a serviço de Deus. Caso as universidades
cristãs falhem, então devem saber que também não terão qualquer influência no
resultado da crise ambiental.
Dependendo da posição que a igreja toma diante de causas
como essa, pode parecer que a igreja não leva suas próprias convicções
religiosas tão a sério, porque ainda estamos para ver uma igreja ou denominação
individual ingressar nesse processo público e apresentar conceitos bíblicos
válidos sobre a administração que tenha efeitos de grande alcance sobre a
administração e política de recursos naturais.
Conhece a Deus como criador não é um adendo da vida
cristã, mas uma revelação essencial do caráter e pessoa de Deus. O que se vê atualmente
é tanto a religião como a ciência sendo usadas e manipuladas com finalidades
sociológicas. Como escreveu um grande pesquisador: “A igreja pode ser, de fato,
nossa ultima e melhor chance... não há soluções para as causas sistêmicas da
crise ecológica, pelo menos nas sociedades democráticas, longe da narrativa
religiosa”
Por: Joelsam