domingo, 14 de outubro de 2012

O POVO DA PROMESSA



O POVO DA PROMESSA: A ERA MOSAICA
            Todo o contexto da era mosaica começa com a evidência do cumprimento da promessa de Deus, descrito em Êxodo 1:7, fazendo clara alusão da benção prometida em Gênese 1:28 e 35:11. Toda essa descendência, porém, era mais que uma mera família, era um povo, uma nação.
            Essa nação posteriormente experimentaria os atos graciosos de Deus, levando toda nação a confirmar: “Javé libertou o seu povo do Egito”. O mesmo Javé que estaria dinâmica e efetivamente presente quando houvesse necessidade e quando os homens clamassem a Ele. Deus que fazia alianças conforme suas promessas, onde o amor e a graça dominavam a transição entre estas eras.
            Anteriormente, Deus aparecera a Abraão, a Isaque e a Jacó no caráter e natureza de El Shaddai; agora, porém, se manifestaria como Javé (Êx.6:3). O autor do êxodo fez uma ligação direta entre o período dos patriarcas e do êxodo, para ele, a aliança do Sinai era uma continuação teológica e histórica da promessa dada a Abraão.
MEU FILHO, MEU PRIMOGÊNITO
            Depois de quatrocentos e trinta anos de escravidão, os filhos de Jacó clamaram a Deus pedindo socorro. O socorro veio na pessoa de Moisés e nas intervenções e palavras milagrosas da parte do Senhor, dizendo a Faraó: “Israel é meu filho, meu primogênito... Deixa ir meu filho”. Javé como pai, trouxe Israel à existência como nação; alimentou a nação e guiou.
Nisso se consistia a paternidade. Embora Israel tenha evitado qualquer idéia de filiação divina como os monarcas do Egito alegavam ser, levando até mesmo as pessoas acharem que eles eram frutos de uma relação sexual entre o deus e a rainha. Diferente deste conceito de filiação monarca, a filiação de Israel expressava um relacionamento, onde Israel como filho, tinha de imitar seu Pai nas atividades Lv 19:2.
O título “primogênito”, por outro lado, usualmente significa o primeiro filho a nascer, o primeiro da escala. Os direitos de primogenitura eram ultrapassados quando outro filho era designado o “primogênito”. Aquilo que antes dependia da posição agora era removido e fundamentado na graça.

MEU POVO, MINHA POSSESSÃO
Israel era mais do que uma família ou filho de Deus, Israel já se tornaria um gôy, uma “nação” ex 19:6. Moisés repetiu este título a Faraó, na exigência categórica da parte de Deus: “Deixa ir o meu povo”. A lealdade de Javé ao seu povo se evidenciou nos eventos das pragas, do êxodo e da viagem no deserto. No entanto, as pragas nunca foram uma mera punição a Faraó, mas para convencê-lo de que Javé deveria ser temido e obedecido. Mas será que Deus era somente injustamente parcial a favor de Israel? Muitos acreditam que não, por considerar que as pragas tinham também um apelo evangelístico aos egípcios.
Os deuses do Egito não eram deuses de modo algum. Somente Javé era Deus, e Ele era Deus em toda a terra, e não somente no território dos patriarcas em Harã ou Canaã. Exatamente por isso que muitos dos egípcios temerem ao Senhor, obedeceram e deixaram o Egito junto com o povo de Israel Êx 12:38.
Abraão se tornara numeroso; de fato, ele agora veio a ser uma grande nação, e os dois grandes atos redentores da parte de Deus, a Páscoa e o Êxodo, sublinharam a realidade desta nova realização. O valor de Israel, portanto, se baseava no amor e na afeição que Deus dedicava a ele. Israel ficou sendo sua possessão. Todo esse conceito entre Deus e Israel pode ser reduzido a uma simples frase: “Tomar-vos-ei por meu povo” Êx 6:7. Essa afirmação veio a ser a segunda parte da fórmula tríplice: “Eu serei vosso Deus e vós sereis Meu povo”, e a terceira parte é:” E habitarei no meio de vós”.
SACERDOTES REAIS
Esta possessão prezada, possuída de modo sem igual. Estava destinada a vir a ser um sacerdócio real do qual a congregação inteira fazia parte, e este papel de mediador foi anunciado em Êxodo 19:3-6. O mundo inteiro pertencia ao Senhor; mesmo assim, bem no meio das nações colocara a Israel e a ele dera uma tarefa muito especial.
Briggs notou que o termo “reino de sacerdote” era mais um substantivo composto do que um relacionamento construto do caso genitivo. De fato, os termos se combinavam tão estritamente na sua unidade, que Israel tinha de ser, ao mesmo tempo, reis-sacerdotes e sacerdotes reais. Isto tinha de ser aplicável a cada pessoa na nação como um todo, assim como todos tinham sido incluídos na filiação. Infelizmente para os israelitas, eles recusaram o privilégio de serem um sacerdócio nacional, e preferiram ser representados por Moisés e Arão Êx 19:16.
UMA NAÇÃO SANTA
Ainda outro título foi conferido a Israel, de uma nação. Mas não como o tipo comum de nação que não conhecia a Deus, Israel teria de ser uma nação santa. Israel tinha de ser separado e santo; tinha de ser separado e diferente de todos os povos da terra. Como povo eleito ou chamado que agora estava sendo formado como nação sob orientação divina, a santidade não era um aspecto opcional. Israel tinha de ser santo, porque seu Deus, Javé, era santo
O homem vive de acordo com a vida mais sublime da fé somente na medida em que anda em conformidade com estes; porque embora receba a vida mediante um simples ato de fé em Cristo, não pode exercê-la, mantê-la e desfrutá-la a não ser em conexão com as instituições e exigências do evangelho.
A LEI DE DEUS
Nenhuma fórmula apareceu com maior insistência durante este período de tempo do que “Eu sou Javé”, ou “Eu sou Javé teu Deus”, e ela era a base para qualquer exigência imposta por Deus a Israel. Para ajudar a jovem nação, recém-libertada de séculos de escravidão para os privilégios e as responsabilidades da liberdade, Deus deu sua lei, dividida em três aspectos: Lei moral, civil e cerimonial.
A Lei Moral
O padrão de medida dessa lei se fixa no caráter imutável e impecavelmente santo de Javé, o Deus de Israel. Sua natureza, atributos, caráter e qualidades supriam a vara de medida para todas as questões éticas. Havia, porém pela mesma prova um ambiente de graça, e se alguém duvida que a graça esteja no primeiro plano da lei, deve meditar cuidadosamente sobre a sequência do Êxodo, a viagem para o Sinai, a graça de Deus durante a peregrinação e seu perdão daqueles idólatras e sexualmente depravados que prestavam culto ao bezerro de ouro.
A Lei Cerimonial
A mesma lei que fez tão grandes exigências da parte dos seres humanos também providenciou, para os casos de fracasso em atingir estes padrões, um sistema minucioso de sacrifícios. A parte sacrificial, no entanto, era apenas um dos três fios que pertencem à lei cerimonial, pois ainda tinha a teologia do Deus que tabernaculava e a teologia da impureza e da purificação.
Deve ser observado que o impuro neste contexto, não era o sujo ou proibido, mas no sentido de pureza, não de limpeza. Muitas das ações básicas da vida deixavam a pessoa impura. Alguns desses atos eram frequentemente inevitáveis, tais como cuidar dos mortos ou dar a luz. Sendo assim, todos os meios de tratar com o pecado foram providenciados pelo próprio Deus, pelo sistema de sacrifício.
Mas nem todos os sacrifícios visavam o problema do rompimento da comunhão entre Deus e os homens. Alguns como as ofertas pacíficas e as de comunhão, eram apenas para compartilhamentos das dádivas de Deus. Outras, porém como os holocaustos, ofertas pelo pecado, ou ofertas pela culpa, eram previsto para preencher as lacunas deixadas pelos efeitos danificadores do pecado.
  A Lei Civil
            No que diz respeito à teologia, este aspecto da lei de Deus era s mera aplicação da lei moral a partes selecionadas da vida da comunidade, especialmente onde, naqueles dias, era provável o desenvolvimento de tensões. A verdadeira justiça e santidade da parte dos juízes e governantes devia ser medida pelas exigências do decálogo. Sendo assim, a lei civil ilustrava a sua prática nos vários casos ou situações com que a liderança se defrontava durante a era mosaica.
O DEUS QUE TABERNACULAVA
            O fato mais importante na experiência desta nova nação de Israel era que Deus viera “tabernacular” ou “habitar” no meio dela. Agora ficou completa a promessa tríplice, uma das fórmulas mais freqüentemente repetidas da promessa seria: “Eu serei seu Deus - Vós sereis o meu povo – e Eu habitarei no meio de vós”.
            E, no caso do tabernáculo, era o lugar onde faria a sua residência temporária. Um novo sentimento da proximidade e presença ativa de Deus estava para pertencer a Israel.
            A teologia do tabernáculo tinha de ser formada na declaração de propósito em Êx 25:8 e o aspecto central deste tabernáculo, tanto na teologia da expiação como na teologia da presença de divina, era a arca da aliança de Deus.

Por: Joelsam

Nenhum comentário:

Postar um comentário