INTRODUÇÃO
A Igreja raiz sempre teve que lutar para se
manter viva, guardar os seus princípios, fugir dos avanços ideológicos e
culturais, se adaptar sem se corromper, crescer sem se vender. Para isso, teve
que enfrentar a fúria de imperadores, suportar a pressão do estado, as quebras
de paradigmas sociais, as arenas, as mortes diversas, as acusações dos pagãos,
as injustiças, entre muitos outros ataques registrados na história, tudo para
manter intactas as verdades do evangelho e sua própria identidade como cristãos
que vivem no mundo, mas seu governo não é deste mundo.
A IGREJA PRECISA
DO ESTADO OU O ESTADO PRECISA DA IGREJA?
Diante de tanta perseguição,
discriminação e serem considerados a escória da sociedade, os poucos que sobreviviam,
continuavam a missão de preservar a pureza do evangelho, não se deixando
corromper pelos encantos do poder, e vivendo unidos e sempre em alerta
defendendo uns aos outros, apesar de viverem muitas vezes em comunidades distantes.
Apesar disso isso, tornavam-se mais fortes, sempre vigilantes, um núcleo duro
de defesa da fé, pois suas causas e sua fé, tinham como centro de sua força, a
palavra, as boas novas do evangelho.
Acontece
que assim como o POVO DE ISRAEL que não contente em ter um governo celestial
pediram um governo humano (onde a sede pelo poder corrompe até os bons
costumes), OS CRISTÃOS também sucumbiram aos encantos do poder terreno. Eis que
por volta do século 3, surge um astuto imperador, Constantino, filho de um
líder militar e com formação militar, casado com uma mulher cristã do oriente,
que vendo que o Estado após muita perseguição não podia destruir o cristianismo
pela força, concluiu que melhor seria usar a igreja como aliada em seu governo e
dizendo ser cristão, mesmo sem ter sido batizado (o que era uma exigência da
época). Em troca de benefícios e suposta proteção do Estado, conseguiu o controle
total do império, contando com a simpatia geral de cristãos e pagãos, onde até
mesmo os seus filhos que também faziam parte do governo, continuaram a mesma
política de favorecimento a Igreja a fim de se perpetuarem no poder sem grandes
conflitos com os cristãos.
Sob
uma suposta visão de uma cruz e com um suposto lema: “com este sinal vencerás”,
que carregava grande inspiração e com elementos de afinidade do povo cristão,
assumiu este sinal e este lema como um presságio que lhe garantiria a vitória e
que lhe capacitava a ser um escolhido de Deus com uma missão para derrotar todos
os seus inimigos e fazer as grandes mudanças necessárias para o Estado em
benefício do povo.
Com uma mistura de superstição e sagacidade,
essa aproximação com os cristãos fez brotar uma política de total favorecimento
a Igreja, onde, sem perseguição e com as benesses do imperador, o que parecia uma
vantagem para a igreja, nada mais era do que um ataque frontal as bases do
cristianismo, quebrando a unidade do núcleo duro, gerando inúmeros fragmentos,
com correntes diversas e disputas pelo poder, domínio de grandes áreas, e sede por
grandes construções. Com isso, a formação de castas de lideranças religiosas
foi inevitável, as quais passaram a controlar e ditar as regras para os fieis,
ao invés de compartilhar visões sob a graça de um governo único e soberano vindo
do céu.
CONCLUSÃO
A igreja de hoje
não é diferente, continua sob ataque e não está percebendo. Que na tentativa de
evitar constantes ataques às bases de nossa fé contra essas novas ideologias
e querendo fugir do peso da mão forte do
estado, sucumbiu ao espírito de Judas
que queria implantar um governo terreno para resolver os problemas do povo de
Deus e aceitou a oferta vinda de Satanás que Jesus rejeitou de receber os
reinos deste mundo para administrar e resolver os problemas materiais do povo, cada
vez mais se aliando as estruturas governamentais, formando frentes
parlamentares, partidarizando a membrazia, conduzindo as discussões a fim de controlar
as opiniões dos fieis e assumindo posições políticas, sendo que a política é
volátil e sempre adequa o seu discurso aos seus interesses. Até que ponto a
verdadeira Igreja precisa disso? Quem nos guarda e nos protege verdadeiramente?
Quem cuida dos lírios do campo? Jesus veio implantar um governo terreno ou nos
assegurar o reino eterno? Diante de qualquer caos ou até mesmo diante da morte,
o Cristão deve temer? Pense nisso.
Por: Joel S. Barros
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