quarta-feira, 27 de julho de 2016

TRADUCIANISMO e CRIACIONISMO


         Tendo em vista um assunto tão polêmico, mas não tão essencial assim para a salvação da alma, começo dizendo que concordo com Agostinho, no sentido de que, independente de qualquer teoria, a morada apropriada da alma é com Deus, não importa se ela é criada por Deus ou é reproduzida pela própria alma humana. No entanto, como acadêmicos, não devemos nos eximir de tais discussões e de desenvolver nossa própria opinião independente do nível de complexidade do assunto. 
            E quanto a isso, concordo com as duas teorias, porque não vejo divergências nelas, mas mal interpretação do significado de alma. Para mim, a alma humana é formada pelo espírito de vida e pela essência do ser humano (espírito de vida + essência do ser humano = ALMA), onde, enquanto o espírito de vida somente Deus pode dar, a essência do ser humano só pode ser repassada a geração futura pelo próprio ser humano que já acumulou isso dentro de si no decorrer de sua vida.
           Explico.  No caso do espírito de vida (fôlego de vida, que eu considero a primeira parte da alma) que tem haver com a existência desse ser propriamente dito: vivendo, respirando, interagindo com o meio ambiente através de células e fluxos sanguíneos a partir do ventre materno e até mesmo tendo consciência de sua existência quando adulto, isso é dado por Deus no ato da concepção, independente de onde e como está sendo gerado este ser humano (inseminação, proveta, entre outros métodos), que no caso aqui seria considerado a teoria do Criacionismo. Então, concordo com o  Criacionismo nesse contexto.
             Já no caso da segunda parte que forma a alma (o que eu chamei de essência do ser humano), essa, está relacionada com os valores morais, éticos, emocionais, desejos, inteligência, entre outros atributos, que os pais carregam dentro de si e tem haver com o contexto cultural, época, país e região em que vivem. Nesse caso, parte vem do pai, parte vem da mãe, que são combinados no ato da concepção e aperfeiçoados ou não ao longo da vida desse novo ser. Que seria no caso, a teoria Traducianista, que concordo também com esse modelo dentro dessa ótica. Portanto, em minha opinião, são apenas contextos vistos de ângulos diferentes e que se juntarem essas duas teorias chegarão a essa conclusão que acabei de expor.

Por Joel S. Barros

O CATOLICISMO BRASILEIRO NA VISÃO DO PROTESTANTISMO TRADICIONAL; A ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA

FICHAMENTO

Referência da obra: MENDONÇA, Antônio Gouvêa. O CATOLICISMO BRASILEIRO NA VISÃO DO PROTESTANTISMO TRADICIONAL; A ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA. In:____. O Celeste Porvir: A Inserção do Protestantismo no Brasil. 3 ed. São Paulo: Editora da Universidade de São Paulo, 2008, pp. 122-167.

Citações (com indicação de página)
Palavras-chave

      Comentários

“Quando o protestantismo chegou ao Brasil [...] em meados do século XIX, encontrou uma religião [...] já vencida todos os obstáculos”. (p.121)
Protestantismo;
Brasil;
Religião.
O texto citado, trata-se de um período aproximadamente na metade do século XIX, onde os grandes conflitos do protestantismo com a igreja católica por conta do seu domínio como religião oficial no estado já estavam amenizados.
“...para entender a estratégia protestante [...] é necessário construir uma imagem do catolicismo brasileiro [...] a partir da ótica dos missionários anglo-saxões, dos protestante nacionais [...] por intermédio de seus escritos, sermões e várias formas de mensagem e propaganda ”. (p.122)
Estratégia;
Protestante;
Catolicismo;
Ótica;
Missionários.
A forma com que os protestantes  tradicionais viram a atuação  católica em defesa de seus dogmas, determinaram as suas estratégias de ação. E para entender como era grande o desafio de enfrentá-los, se faz necessário levar á sério essa missão, observando além da ótica dos missionários, os escritos, mensagem e propagandas da época.
“A luta dos protestantes por um espaço na sociedade brasileira se desenrolou em três níveis: o educacional, proselitista e o polêmico”. (p. 122)
Polêmico;
Educacional;
Proselitista.
Começando pelo educacional: Este teve mais duas subdivisões, que foi o nível ideológico (colégios americanos) e o instrumental (escolas paroquiais), onde respectivamente um deveria influenciar na cultura brasileira pelo alto escalão e o outro auxiliar o proselitismo  e a manutenção do culto nas camadas mais baixas.
O Proselitismo era o confronto direto com os católicos na tentativa de mudar sua fé e procedimentos religiosos.
Quanto ao polêmico, esse foi o que mais acompanhou o protestantismo brasileiro. Com os missionários, era motivo políticos normalmente passivo, já com os primeiros pastores brasileiros (líderes nacionais), era sobre as questões controversas da reforma, que normalmente era agressiva. Esse período polêmico terminou no século XX, em 1920, com a maior de todas entre o rev. Eduardo Carlos Pereira e o Padre Leonel França.  
“...o protestantismo que chegou no Brasil  era diferente do Norte-americano [...] no fim do império, todas as grandes denominações já estavam estabelecidas no Brasil, com distinções secundárias e suas teologias eram originadas dos movimentos Norte-americanos e das condições peculiares do Brasil”. (p.124)
Protestantismo;
Norte-americano;
Império;
Denominações;
Brasil.
Como se pode ver até hoje, o protestantismo do Brasil é peculiar em relação ao resto mundo, fruto dessa ação missionária Norte-americana que já chegou miscigenada, além de todo processo de adaptação e confrontos que teve de enfrentar ao longo dos anos. Tanto é verdade que essa particularidade pode até mesmo ser visto nas denominações pentecostais nos dias de hoje, que também tiveram que passar pelo mesmo processo de adaptação. Por tudo isso, em geral, todas as religiões protestantes possuem um mesmo princípio, se diferenciando apenas por pequenas mudanças doutrinárias em seus credos religiosos.
“...Simonton, o primeiro missionário presbiteriano que viveu no Brasil entre 1859 a 1867,  pastoreou até a sua morte a igreja que ele mesmo fundou no Rio de Janeiro  em 1862 ”. (p.124)
Simonton;
Missionário;
Igreja;
Rio de Janeiro.
O autor decide destacar um missionário presbiteriano Simonton e usar como modelo sua denominação, por conta que todos os outros líderes  tinham a mesma visão com relação a igreja católica e os seus sermões  sempre tinha o mesmo contexto. Além de que Simonton, não era polêmico, tinha intenção proselitista, um bom orador, escritor e sempre foi muito prudente em suas referências a religião oficial do País, usando termos como a “ religião de nossa sociedade” ou “ costumes religiosos deste país”.
“Suas referências aos costumes religiosos são produtos de conversas com pessoas do povo, leitura  de anúncios e convites funerários, necrológicos...”
Referências;
Costumes;
Conversas;
Simonton, assim como bons escritores, sempre buscou informações para seus artigos e manifestações  nas mais variadas fontes, principalmente nas de domínio público, como se pode ver no texto.
“ Simonton chamava a atenção de seus fies para a falsa segurança de seguir a religião da maioria [...] ela não está estruturada nos fundamentos da fé [...] a melhor religião não é a da maioria, mas a que tem acesso a verdadeira salvação ”. (p. 125)
Fies;
Segurança;
Religião;
Salvação.
Simonton naquela época, já alertava para uma realidade que ainda hoje existe, o povo que é levado pela influencia da maioria, sem avaliar o verdadeiro conteúdo do que está seguindo, pois a verdade da salvação  muitas vezes está nos poucos escolhidos  que travam batalhas todos os dias com o mundo todo a  sua volta.
“ O temor de um Deus cruel e vingativo [...] os lança nas mãos de homens que fazem da religião meio de vida e negócio”. (p. 125)
Temor;
Mãos;
Religião;
Negócio.
Considerado um dos métodos mais eficiente de manipulação religiosa, o medo, tem dominado as mentes e os corações de muitos ao longo dos anos. Coisa que o Simonton observou como práticas da igreja católica e o motivou a escrever até mesmo um dos mais ricos sermões em alusão ao catolicismo por tema: “A morte e o futuro estado dos justos”.
“...por desconhecimento da bíblia por parte dos teólogos,  os fies nada sabem da existência de Deus, de sua alma, da imortalidade e da vida futura [...] igreja católica uma religião pagã, com dependência da mitologia [...] uma religião de ricos que pagavam para a salvação das almas...”(p. 126)
Bíblia;
Teólogos;
Igreja católica;
Pagã;
Ricos;
Salvação.
Novamente Simonton denuncia uma realidade da ineficiência dos teólogos que ainda hoje causa prejuízo a igreja (falta de conhecimento),  onde o verdadeiro objetivo do evangelho que  é ensinar, não estava sendo atingido. E por conta disso, os fies não percebiam que a igreja católica estava toda corrompida pelo paganismo e pela mitologia, sendo transformada em uma religião onde só os mais abastados eram os maiores “beneficiados” e  ao mesmo tempo os mais explorados pela igreja.
“pe. José Manuel da Conceição, abandonou a ordem em 28 de setembro de 1864,[...] onde no mês seguinte foi batizado por A.L. Blackford [...] e em dezembro deste mesmo ano foi ordenado  Pastor evangélico presbiteriano do Brasil, historicamente o primeiro a ser ordenado no Brasil ”. (p. 127)
Batizado;
Ordenado;
Pastor;
Brasil.
Segundo o autor, enquanto padre, em seus últimos dias nas paróquias já destoava da doutrina católica, já ensinava que a bíblia era a palavra de Deus, ensinava contra imagens e sobre as confissões que não deveriam ser feitas ao padre, mas a Deus por intermédio de Jesus.
Foi convertido ao protestantismo por ter tido contato com protestantes europeus, ingleses e alemães entre outros, mas apesar de já ser pastor ordenado, sua mensagem não tinha cunho de proselitismo denominacional, mas somente que a salvação era pela fé em Cristo Jesus e que a causa eficiente era a leitura da Bíblia.
Ele não tinha intenção de evangelizar para formar uma congregação permanente, mas seu maior intuito era uma reforma nos hábitos religiosos do povo a partir do conhecimento da bíblia. Mas apesar disso, influenciou o rápido crescimento do presbiterianismo nos primórdios.
“Eduardo Carlos Pereira, ordenado pasto aos 26 anos, em 1881 na igreja Presbiteriana, mas entrou na igreja em 1875 [...] vindo do catolicismo [...] entedia distanciada a visão que as missões norte-americanas tinham sobre a evangelização na América latina ”. (p. 130)
Ordenado;
Igreja;
Catolicismo;
Distanciada;
Evangelização.
Eduardo Pereira, teve uma importante atuação no cenário nacional da época para fortalecimento da igreja  e na formação de pastores. Se esforçou pela criação de seminários, incentivou campanha para educação teológica, fundou a sociedade brasileira de tratados evangélicos (1883) para produzir literaturas evangélicas, em geral contra a doutrina dominante. Também criou o plano de Missões Nacionais para tornar a igreja auto suficiente, fundou o Estandarte  para  encarte de revista, tinha grande preocupação em tornar a igreja presbiteriana independente dos americanos.
“...outra face foi a sua longa polêmica com a Igreja Católica que pode ser dividida em dois momentos: antes e depois do congresso do Panamá...”. (p. 132)
Face;
Igreja;
Dividida;
Antes;
Depois.
Eduardo teve vários conflitos com a igreja católica, onde, antes do congresso do Panamá ele usou o Estandarte para responder as críticas da igreja católica que tinham feitos através do jornal e revista A Pátria, onde ele responsabilizava a igreja por todo atraso material e moral dos países latinos.
Depois do Panamá, ficou por conta do congresso ter definido que a nova preocupação não deveria ser converter católicos  mas atender os não evangelizados. Eduardo reagiu energicamente publicando através de um livro todas as sua teses que deveriam ser discutidas no congresso, mas que não foram, cujo o título do livro era: O problema Religioso da América Latina, onde o mesmo comenta desde as indulgências até as práticas populares como: água benta, adoração de imagem, rosário, sinal da cruz entre outras. Provocando com isso a maior polêmica protestante que já houve no Brasil. Em geral ele via a igreja católica como cristã, mas que tinha se paganizado.
“A luta do pe. Julio Maria contra os inimigos  da Igreja no Brasil abrangeu, além dos positivistas e legalistas, os protestantes”. (p. 135)
Inimigos;
Igreja;
Brasil;
Protestante.
Segundo o autor, o pe. Julio Maria polemizou com os inimigos de fora e com os de dentro. Porque na visão dele a igreja católica estava muito longe de seus propósitos, com falsas devoções, festas que apenas divertiam, que não edificavam e ainda desvirtuavam os símbolos católicos. Sua maior missão era recuperar o prestigio da igreja pela doutrinação e pela teologia, para que pudesse atingir o povo comum e os intelectuais.

“...Julio Maria pronunciou no Rio de Janeiro e em Fortaleza contra o protestantismo [...] afirmando que: [...] o protestantismo era uma negação religiosa; [...] uma negação da autoridade da igreja; [...]  uma negação política,  que Álvaro Reis resolveu responder”. (p. 136)
Pronunciou;
Protestantismo;
Negação;
Autoridade.
Álvaro dias tinha uma ideologia parecida com a do Eduardo Pereira, no entanto, não tinha a mesma qualidade de argumento, muitas vezes até irreverente. A defesa, ele  fez em três conferências no púlpito da igreja, baseando seus argumentos em Rui Barbosa, na sua famosa introdução ao Papa e o Concílio.   Para ele  o catolicismo se paganizou, levando o povo a superstições e fanatismo e que falhara na educação moral e religiosa do povo. Muitas de suas críticas a igreja, até coincidiam com as do Julio Maria, no entanto, achava que o papel de civilização do povo só poderia ser exercido pelo protestantismo.
“A educação como estratégia missionária, nunca deixou de acompanhar os missionários norte-americanos [...] com duplo papel de evangelistas e professores [...] incluía especialista em educação principalmente mulheres”. (pp. 142-143)
Educação;
Estratégia;
Missionários;
Evangelistas;
Professores.
Como se pode verificar em muitos escritos, os americanos sempre tentaram unir o útil ao agradável e encontraram na educação um bom caminho para penetrar na sociedade. Pois, perceberam assim como o Simonton, que a igreja católica não tinha poder sobre a sociedade e que, portanto, o Brasil possuía um campo aberto para uma nova forma de religião que abrangesse todos os aspectos. Embora, apesar de essa ser uma importante estratégia missionária, logo vão descobrir que proselitismo e educação possuem ideologia oposta, onde o fato de as escolas se desenvolverem não aumentava automaticamente o número de fies nas igrejas.
“...sendo o protestantismo a religião do livro, deve ter surgido logo um severo embaraço para os missionários: o analfabetismo do segmento da sociedade que lhe oferecia espaço [...], o dos homens livres e pobres da população rural”. (p. 143)
Protestantismo;
Embaraço;
Analfabetismo;
Sociedade;
Pobres.
Um verdadeiro contra censo, a religião do livro que distribuía bíblia para os analfabetos. Daí a necessidade dos missionários, com o tempo, passarem a construir uma escola em cada comunidade, as chamadas escolas paroquiais, que alfabetizavam os comunitários nos ensinamentos mais elementares.
“ Apesar do aparente desinteresse inicial das missões  pelos cursos superiores, há hoje pelo menos três universidades protestantes e diversas faculdades isoladas ou federadas em funcionamento [...] em sua maioria evoluíram de colégios fundados no século XIX”. (p. 145)
Missões;
Superiores;
Universidades;
Colégios.
A pesar de o autor fazer uma crítica a estratégia de educação missionária, que aparentemente não tinha muita objetividade e não mostrou para que veio, já que não é contado no processo histórico da educação no Brasil, ainda assim, podemos ver o quando foi importante para o Brasil naquele momento esse apoio educacional, onde só vieram perder a sua importância quando as escolas publicas começaram a aparecer, tanto é, que ainda hoje existem mais de trinta escolas bem conceituadas na sociedade e a pesar de no início não ter muito interesse por cursos superiores, hoje existem pelo menos três universidade, várias faculdades em todo Brasil e todas evoluíram de colégios fundados no século XIX.
“ O sistema escolar no Império apresentava notável fraqueza [...] não conseguia alcançar todas as crianças em idade escolar. A zona rural era a mais prejudicada”. (p.) 146
Sistema;
Império;
Criança;
Rural.
É exatamente aqui  que se pode ver a importância da educação cristã para a sociedade da época, pois apesar de não existir muitos dados históricos que detalhe como funcionava essas escolas paroquiais, sabe-se que o protestantismo começou suas atividades principalmente pela zona rural, onde naquele período ainda não haviam prédios e nem locais definidos como igreja propriamente dita, a igreja se constituía de pessoas que ao se converterem entravam para a lista do rol de membros e já faziam parte da igreja e antes de existir salões de cultos, já funcionavam as escolas nas casas particulares ou na casa do pastor, exatamente nas áreas rurais, onde o estado tinha maior dificuldade de alcançar.
“ ...surge um magistério qualificado feminino [...] bem registrado  com detalhes nos livros e documentos oficiais [...] primeiro aspecto interessante da educação protestante é o magistério feminino”. (pp. 149-150)
Ministério;
Feminino;
Registrado;
Educação;

Consta nos registros dos presbiterianos e metodistas a chegada anual de diversas missionárias educadoras, as quais usando novos métodos de ensino, modificando inclusive o método cantado das sílabas por um método americano mais intuitivo, muitas delas se destacaram inclusive fora do ambiente religioso, sendo inclusive chamadas (Mareia Brown) pelo governo de são Paulo para participar da reforma primária. Por tudo isso, é inegável que a educação missionária protestante deve ter sim, ajudado a transformar o sistema educacional brasileiro. Quanto ao latim, permanece até hoje como uma forte influência da religião dominante, assim como, o uso da Bíblia nas escolas paroquiais era imprescindível e obrigatório pelo menos um mínimo possível, apesar das grandes dificuldades que os alunos deviam ter para compreender as traduções bíblicas da época.
“Émile G. Léonard, historiador do protestantismo, não vê na intenção do protestantismo americano nada de novo [...] o protestantismo só reproduzia, no século XIX, a prática católica da era dos descobrimentos...”. (p. 153)
Historiador;
Protestantismo;
Prática;
Católica;
Descobrimento.
Na opinião desse historiador, os tempos e os modelos de civilização eram diferentes, mas as intenções eram as mesmas. A pesar de os protestantes possuírem uma intenção  unicamente religiosa, tinham também na parte educacional a intenção de orientar as práticas educativas para encaminhar os alunos a verem uma maneira nova de realidade, especialmente a valorização da natureza e do trabalho. E os ensinamentos ficavam ainda mais impactante e diferente do tradicional, pelo fato de os professores americanos colocarem a Mão na massa para ensinar até cultivo de plantas, quebrando o paradigma do pensar e do fazer que pareciam tão distantes.
“Não é fácil separar a prática educativa liberal Norte-Americana da propaganda religiosa [...] o que aconteceu em todas as partes do mundo”. (p. 155)
Separar;
Prática;
Educativa;
Propaganda.
Segundo o autor, ao contrário do que se pensava de que a educação era simplesmente  a contribuição da religião de um povo evoluído a um povo atrasado, na verdade essa junção de religião e educação são dessociáveis do ponto de vista sociológico e tão importante quanto a religião para um povo, por isso que sempre andaram juntas, ou seja, são as duas faces de uma mesma moeda.
“O catolicismo levava vantagem de ter vindo com o conquistador e de ser implantado desde o primeiro momento da colonização”. (p. 156)
Catolicismo;
Conquistador;
Colonização.
Por conta do fato de estarem no Brasil desde a colonização, o catolicismo estava tranquilamente estabelecido e influenciando ideologicamente principalmente a elite com sua educação católica. Daí a grande disposição das missões religiosas internacionais também investirem na educação na tentativa de confrontar toda essa ideologia já implantada.
“ O sistema educacional brasileiro em fins do século XIX [...] pode ser dividido em religioso católico [...] e leigo oficial”. (p. 157)
Sistema;
Educacional;
Religioso;
Leigo.
Segundo o escritor, a educação do povo era a base da organização social da época, e logo a educação oficial que era fornecida pelo estado, era a mais fraca de todos, apesar de ser um foco de preocupação da elite dominante e reconhecida como a causa de todas as crises, não se resolvia a questão.  Por outro lado, a educação católica era muito forte e tranqüila, e ainda influenciava ideologicamente a educação oficial. Como o quem tinha mais interesse pela educação era a classe mais abastarda, tudo faziam para que as escolas médias encaminhassem seus filhos para fazerem engenharia ou medicina, e em geral,  só quem tinha acesso a essas escolas, era a elite dirigente e os que tinham aspiração de chegar até ao doutorado.
“[...] surgiu um protestantismo teologicamente diferenciado, com ênfase na salvação individual”. (p. 158)
Protestantismo;
Salvação;
Individual.
Esse protestantismo diferenciado, se deu exatamente pelo fato do protestantismo trazido pelas missões americanas não serem mais originais da reforma, mas sim, por já terem sofrido influencia e mutações das múltiplas correntes protestantes da Europa a partir do século XVII. Trazendo no bojo especialmente na educação, o liberalismo, o individualismo e o pragmatismo.
“De todos os historiadores protestantes no Brasil [...] os batistas são os mais francos em deixar bem clara a ideologia embasadora de sua missão religiosa e educativa”. (p. 159)
Historiadores;
Batista;
Ideologia;
Missão.
Como se pode ver, a ideia do individualismo  religioso, antagônico ao catolicismo, sempre esteve ligado ao magistério da igreja e a hierarquia e todos os missionários concordavam que isso só podia ser disseminada através da educação. E essa obra educativa protestantes era a de não-discriminação.
“Em alguns colégios os alunos eram levados a executar trabalhos manuais para prover o custo da permanência e estudos [...] alem de ser item obrigatório do currículo escolar ”. (p. 160)
Colégios;
Alunos;
Trabalhos;
Custo;
Obrigatório.
“Enquanto o protestantismo europeu tinha como máxima “adorar e orar”, o protestantismo brasileiro era “ aprender e trabalhar”. Isso tudo veio como herança do pragmatismo americano, onde  a evangelização é ligada ao trabalho, tanto é que os americanos abriram várias escolas agrícolas dentro dessa filosofia de evangelização. Mas fora isso, a implantação da fé protestante era equivalente ao reino de Deus na terra, ou seja , a civilização cristã contra a civilização pagã. 
“ ...a cultura católica e a cultura protestante colocadas frente a frente no Brasil, só seria resolvido se a educação evangélica comprovasse  sua superioridade ”. (p. 162)
Católica;
Protestante;
Educação;
Evangélica.
Por conta dessa missão de provar a superioridade na educação, os missionários construíram bons e modernos colégios, além de mais eficientes do que os tradicionais.  Tanto é, que nessas escolas tinham até estudos de línguas inglesa e alemã, na tentativa de trazer um novo cenário, um novo universo com novas idéias dentro do mundo latino
“Os missionários  estavam cônscios  de sua missão de preparar os povos para o exercício dos direitos de soberania e democracia”      (p. 163)
Missionários;
Missão;
Povos;
Soberania.
Para que os presbiterianos pudesse implantar os ideais de Calvino no Brasil, tinham a consciência de que só seria possível com o povo já educado. Por isso a missão de preparar o Brasil através da educação para esse evento renovador. A ideia principal  era repetir aqui o que aconteceu na America do Norte, onde tiveram bastante êxito com a colonização protestante.  
“O protestantismo do século XIX [...] reflete uma era de otimismo em todos os planos da vida humana, sua ética se colocava  como provedora de um conjunto de valores positivos [...]esse aspecto serviu de base para o chamado Kulturprotestantismus ”. (p. 164)
Otimismo;
Vida;
Ética;
Positivos.

O Kulturprotestantismus foi basicamente  essa nova ideologia que surgiu a partir de todas essas influência pelo que passou o protestantismo, dominando os anseios da população por modernidade dentro de uma nova realidade, coisa que a religião oficial já não conseguia atender. Como não se distinguia religião de ideologia, a religião sempre foi componente de prática educativa nos colégios, como a classe social ainda não estava dividida, e a elite era muito pequena, todos tinham a ambição de a mentalidade destes através da educação.
  
Por Joel S. Barros